terça-feira, 12 de abril de 2011

Luto...Cléo, saudades eternas!

Cheguei hoje de viagem...eram 10h quando desembarquei na rodoviária de Santa Maria...eu tinha algumas horas até pegar o próximo ônibus de Santa Maria para Santiago. Saudades de casa, apesar dos momentos imensamente felizes vividos em São Paulo com o tio Ananias e tia Catarina. Liguei para a minha mãe...trocadas algumas palavras, ela me conta a última coisa que eu queria ouvir nessa vida: o trágico falecimento do Cléo. Minha voz sumiu na mesma velocidade em que meus olhos não controlavam as lágrimas, o choro incontido tomou conta de mim. Eu estava sozinha. Haviam muitas pessoas circulando pelo terminal rodoviário, mas nunca me senti tão só. Fez bem a mãe em me contar...mesmo que por telefone...pois eu iria saber, ali na rodoviária mesmo, do acontecimento: todos os jornais do dia, infelizmente, destacavam a notícia. Era impossível não ver...estavam nas vitrines da revistaria. O que dizer depois de tudo que vivi junto ao Cléo? Tudo se resume numa imensa dor...numa confusão interior, numa tentativa de explicar o inexplicável. Eu e o Cléo Bonotto vivemos uma história de amor por longos e felizes 6 anos...quem conviveu conosco naquela época, sabe bem do que estou falando. Nosso destino como um casal foi interrompido por circunstâncias, fatos, coisas da vida. O tempo passou e nos reaproximamos, sem mágoas, sem rancores e com uma amizade ainda mais reforçada e repleta de respeito mútuo...e não estou escrevendo isso aqui porque o Cléo já não está entre nós...o que falo aqui são fatos reais, nos tornamos amigos mesmo. Não amigos de festas e drinks (pra isso, tem vários, os mesmos que somem na hora de ajudar de verdade!), mas amigos para conversas, para brigar pelas ideias que defendíamos ou para brigar com nossas ideias e fazer as pazes depois. Por fim, desde o ano passado, eu e o Cléo estávamos, mais uma vez, a convite da profª Rosane Vontobel, unidos em nosso trabalho como co-orientadores de dois grandes projetos da URI: o Museu das Comunicações e o Santiago do Boqueirão, seus poetas quem são? Tínhamos vários planos e metas de trabalho para 2011. Iniciava assim, uma relação profissional forte e bem constituída. Aprendi a amar o Cléo, não mais como o cara com o qual namorei e sonhei que fosse o pai de meus filhos, mas o ser humano Cléo, a pessoa Cléo. O sonhador Cléo. O intelectual Cléo. O Cléo por ele mesmo.


Hoje, depois das 10h da manhã, meu coração vestiu-se de preto. Meu rosto já não suporta tantas lágrimas. Não sei o que dizer e nem o que pensar. Não quero ser 'mulher maravilha' agora...preciso sentir essa falta, essa tristeza. Cléo...obrigado pela pessoa que me tornei quando estava junto contigo, em todas as dimensões: a mulher Lígia, a profissional Lígia, o ser humano Lígia. Sentirei falta de tudo que não vivemos juntos. Sentirei falta de ti. Te guardarei em meu coração, pois jamais morrem aqueles que guardamos no lado esquerdo do peito. Luz e paz em tua jornada rumo a novos horizontes. Leva contigo só as lembranças felizes e voa bem alto, nos inspirando para olharmos pra cima e tentarmos ser pessoas melhores, dia após dia.



Palavras da Professora Lígia Rosso http://ligiarosso.blogspot.com/




Nenhum comentário:

Postar um comentário