quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Rapidinhas da História - Curiosidades

Andar à toa
Significado: Andar sem destino, despreocupado, passando o tempo.
Histórico: Toa é a corda com que uma embarcação remboca a outra. Um navio que está "à toa" é o que não tem leme nem rumo, indo para onde o navio que o reboca determinar. Uma mulher à toa, por exemplo, é aquela que é comandada pelos outros. Jorge Ferreira de Vasconcelos já escrevia, em 1619: Cuidou de levar à toa sua dama.

Casa de mãe Joana
Significado: Onde vale tudo, todo mundo pode entrar, mandar, etc.
Histórico: Esta vem da Itália. Joana, rainha de Nápoles e condessa de Provença (1326-1382), liberou os bordéis em Avignon, onde estava refugiada, e mandou escrever nos estatutos: "que tenha uma porta por onde todos entrarão". O lugar ficou conhecido como Paço de Mãe Joana, em Portugal. Ao vir para o Brasil a expressão virou "Casa da Mãe Joana". A outra expressão envolvendo Mãe Joana, um tanto chula, tem a mesma origem, naturalmente.

Onde judas perdeu as botas
Significado: Lugar longe, distante, inacessível.
Histórico: Como todos sabem, depois de trair Jesus e receber 30 dinheiros, Judas caiu em depressão e culpa, vindo a se suicidar enforcando-se numa árvore. Acontece que ele se matou sem as botas. E os 30 dinheiros não foram encontrados com ele. Logo os soldados partiram em busca das botas de Judas, onde, provavelmente, estaria o dinheiro. A história é omissa daí pra frente. Nunca saberemos se acharam ou não as botas e o dinheiro. Mas a expressão atravessou vinte séculos.

Quem não tem cão caça com gato
Significado: Ou seja, se você não pode fazer algo de uma maneira, se Vira e faz de outra.
Histórico: Na verdade, a expressão, com o passar dos anos, se adulterou. Inicialmente se dizia "quem não tem cão caça como gato", ou seja, se Esgueirando, astutamente, traiçoeiramente, como fazem os gatos.

Estar de paquete
Significado: Situação das mulheres quando estão menstruadas.
Histórico: Paquete, já nos ensina o Aurélio, é um das denominações de navio. A partir de 1810, chegava um paquete mensalmente, no mesmo dia, no Rio de Janeiro. E a bandeira vermelha da Inglaterra tremulava. Daí logo se vulgarizou a expressão sobre o ciclo menstrual das mulheres. Foi até escrita uma "Convenção Sobre o Estabelecimento dos Paquetes", referindo-se, é claro, aos navios mensais.

Pensando na morte da bezerra
Significado: Estar distante, pensativo, alheio a tudo.
Histórico: Esta é bíblica. Como vocês sabem, o bezerro era adorado pelos hebreus e sacrificados para Deus num altar. Quando Absalão, por não ter mais bezerros, resolveu sacrificar uma bezerra, seu filho menor, que tinha grande carinho pelo animal, se opôs. Em vão. A bezerra foi oferecida aos céus e o garoto passou o resto da vida sentado do lado do altar "pensando na morte da bezerra". Consta que meses depois veio a falecer.


Fonte:Brasil/Itália.info

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Pingos de História

Guerra do Paraguai





O Paraguai após sua independência em 1811 implantou um sistema político adverso aos sistemas comuns aos outros países da América do Sul. Com uma ditadura popular projeta seu crescimento em base de sua economia interna, o que da muito certo. O Paraguai se torna um país industrializado, onde fome e analfabetismo quase inexistem. José Gaspar Rodriguez de Francia, conhecido como El Supremo, assume o país em uma ditadura peculiar, utiliza-se do absolutismo em prol do povo. Confisca terras, desprestigia oligarcas que eram beneficiados pela coroa espanhola. Morre em 1840 e assim assume Carlos Antonio Lopez, advogado que vivia no interior, praticamente escondido para não sofrer represálias de El Supremo. Lopez aplicou reformas ao modelo de Francia, basicamente na estrutura socioeconômica. Surgem fábricas, estaleiros, aumenta e muito a produção de navios. A produção de produtos para a exportação teria vazão pelo porto de Buenos Aires, devidamente taxados pelos portenhos. Sendo assim, o fato do Paraguai não apresentar saída ao mar acabou sendo uma das causas apontadas para o início da guerra.

Mão de obra especializada, como engenheiros e técnicos são trazidos da Europa para as obras. Com a morte de Carlos Antonio Lopez, seu filho Francisco Solano Lopez assume o país determinado a seguir seus sucessores.

O desenvolvimento espantoso do Paraguai chamou a atenção dos países vizinhos, Argentina, Uruguai e Brasil. O principal temor das nações vizinhas seria de um possível avanço do Paraguai sobre terras alheias com o intuito de conquistar uma passagem para o mar. No caso do Brasil também se apresentava a ameaça de tomada do fluxo do rio Paraguai que leva diretamente ao Mato Grosso, onde o afastamento da província poderia causar um sentimento separatista e desencadear uma nova onda libertária.

O grande desenvolvimento paraguaio pulou aos olhos da Inglaterra. Ao contrário do Brasil ou Argentina, que tinha seu rabo preso com a Inglaterra, o Paraguai era praticamente independente. Não que fosse algo que pudesse fazer frente à poderosa Inglaterra, mas como a própria ainda estava se recuperando da Guerra da Secessão, manter o controle sobre o crescimento do Paraguai seria uma forma de exemplo do poder ainda latente aos ingleses.

Como planejamento de expansão Solano Lopez buscava a criação do Paraguai Maior, onde ele anexava territórios argentinos e brasileiros até alcançar saída ao mar. Para isso Lopez organizou seu exército que contou com quase 70 mil homens, enquanto as tropas brasileiras não passavam de 18 mil combatentes.

Pondo em prática seu plano expansionista, Lopez alia-se aos blancos uruguaios em uma nova tentativa de tomada do poder uruguaio pelo partido. Logo os paraguaios necessitariam passar por territórios argentinos, então Lopez pede ao governo Argentino que os deixe passar em seu território, pois a Argentina se apresentava neutra nesta situação. Porém Bartolomeu Mitre presidente argentino não concedeu passagem o que desencadeou o pretexto necessário à invasão da província de Corrientes pelos paraguaios. Vitórias foram sendo obtidas e os territórios brasileiros começaram a ser invadidos. Neste momento, em 1º de maio de 1865, é assinado o tratado da tríplice coroa entre Brasil, Argentina e Uruguai, com o aval e apoio financeiro da Inglaterra e seus bancos.

Ainda em maio de 1865, a aliança já mostrava sinais de força, quando a província de Corrientes foi retomada pelos aliados. A esquadra paraguaia que avançava teve seu basta em 11 de junho de 1865, onde o Brasil na Batalha de Riachuelo sagra-se vencedor. Graças a política de alistamento obrigatório a partir dos 18 anos o Brasil conseguiu aumentar seu contingente. Os jovens fugiam do alistamento e até vestiam-se de mulher como forma de escapar. Como medida Dom Pedro II oficializa que os filhos dos grandes proprietários também devem apresentar-se, ou mandar alguns escravos em seu lugar, que logo após a guerra se sobrevivendo ganham a alforria. Essa medida aumenta consideravelmente o contingente brasileiro senso que o povo brasileiro em sua maioria era formado por escravos.

A partir desses momentos o avanço paraguaio estava contido e a invasão ao Paraguai seria questão de tempo.

Cabe citar que a entrada em território paraguaio foi dura, lenta e sangrenta, algo que só aconteceu em 1866. Consequentes batalhas como a de Tuiuti, Humaitá, Itororó, Avaí, Lomas Valentinas e Angostura figurara o avanço das tropas aliadas que partindo de certo tempo ficou formada basicamente pelo exército brasileiro, pois Mitre e Flores acabaram por desentenderem-se retirando boa parte de seu já reduzido contingente.

Após a invasão a fortaleza de Humaitá, o caminho da vitória estava encaminhado. Seguindo daí houve a troca no comando das tropas brasileiras, saindo o general Osório e sendo colocado em seu lugar Luís Alves de Lima e Silva. O ainda então Marquês de Caxias.

A tomada da Assunção aconteceu em janeiro de 1869, com a fuga de Lopez para territórios de serra e com o relevo muito acidentado. Caxias ficou doente e acabou pedindo transferência de volta ao Brasil, em seu lugar Dom Pedro II mandou se genro, Luis Felipe Gastão de Orleáns, o conde D’Eu, casado com a princesa Isabel.

Caxias relatou que o modo brutal como estavam sendo derrotados os inimigos dizimou 75% da população paraguaia, chegando a conter um homem para cada oitenta mulheres.

O Paraguai estava dominado porém Lopez ainda vivia, Dom Pedro II preocupou-se com um possível levante armado por parte do presidente, decretando a necessidade de captura ou morte de Solano.

Completamente derrotado Solano Lopez foi cercado em 1º de março de 1870 em Cerro Corá. Quando foi intimado a render-se avançou em direção aos aliados e gritou: ¡Muero com mi Pátria!

Como frutos da aliança os termos garantiam e tinham como finalidade tirar do Paraguai a soberania dos rios; Responsabilizar o Paraguai por toda a dívida de guerra; obter vantagens territoriais às custas de Lopez.

Como consequência apresenta-se na derrota formal um Paraguai reduzido a pó, com seu território e sua população muito reduzidos. Já o Brasil também apresenta derrota, a dívida que o país contraiu com bancos ingleses aumentou e muito a dependência da Inglaterra. O grande trunfo brasileiro foi a formação do Exército brasileiro, deixando de ser uma simples guarda nacional e criando uma identidade que perdura até os dias atuais.


Trabalho de pesquisa realizado pelo acadêmico Renato Marchi Pinto, V semestre de História da URI - Campus de Santiago.

Imagens Históricas

A intenção não é procurar uma ligação entre as Imagens (mesmo sendo possível), mas demonstrar em poucos exemplos a evolução da humanidade (sem ordem cronológica ou temática).



Garimpo de Serra Pelada


Construção Torrel Eiffel



Hitler na França tomada pelos Nazistas



Ficha-crime Dilma Roussef

Benito Mussoline e a amante assassinados


Retratos da Ditadura nas Américas


Ernesto ''Che" Guevara e Fidel Castro


Hitler e o Clero


Construção do Cristo Redentor

Judeus em Auschwitz


sábado, 27 de novembro de 2010

Cine Clio - Dicas de Filme

Rio de Janeiro contra o CRIME!

O site da Revista de História da Biblioteca Nacional, trás uma matéria interessantíssima para entendermos todo o desenvolvimento histórico dos últimos acontecimentos do Rio de Janeiro.

O contato dos presos políticos durante o Regime Militar com criminosos que organizaram o Comando Vermelho foi o início da maior facção do crime organizado no Brasil.

“O Rio de Janeiro passou um dia de violência nesta quinta-feira (25), com a invasão de policiais e até militares em uma favela do subúrbio da cidade. Infelizmente, o assunto não é novo. Prova disso é a capa da "Revista de História da Biblioteca Nacional" de outubro de 2007, que perguntava “O que a História tem a dizer?” sobre o problema da violência. Em um dossiê, com nove artigos, foi contado diversos aspectos que podem explicar, ou pelo menos, contextualizar a questão. Porque o problema da criminalização dessas áreas, como é fácil entender, não nasceu recentemente.

O artigo da professora Myrian Sepúlveda dos Santos, da Uerj, por exemplo, abordava o relato de antigos detentos e funcionários do presídio da Ilha Grande, em Mangaratiba, litoral Sul Fluminense, onde, durante a ditadura militar, foram colocados lado a lado prisioneiros políticos e comuns.

“Nos anos mais severos da ditadura militar, a estratégia da repressão foi criminalizar os presos políticos. Nelson Rodrigues Filho e muitos outros militantes de esquerda que lutavam contra a ditadura militar foram enviados para o Instituto Penal Cândido Mendes, penitenciária de segurança máxima que ocupava as instalações da antiga Colônia Agrícola”, escreve ela. “‘Quase dois irmãos’, filme de Lúcia Murat realizado em 2005, descreve a convivência entre comunistas e assaltantes de banco, todos submetidos à Lei de Segurança Nacional.”

Discriminação em favelas, desde sempre

Já o historiador Romulo Costa Mattos escreveu sobre como as favelas sempre foram discriminadas. Ele relata, logo no início de seu artigo, uma situação que parece ter saído dos jornais de hoje em dia.

“É o lugar onde reside a maior parte dos valentes da nossa terra, e que, exatamente por isso – por ser o esconderijo da gente disposta a matar, por qualquer motivo, ou, até mesmo, sem motivo algum –, não tem o menor respeito ao Código Penal nem à Polícia, que também, honra lhe seja feita, não vai lá, senão nos grandes dias do endemoninhado vilarejo.”

O trecho se refere ao Morro da Favela, considerada uma das primeiras favelas do Brasil, e foi publicado jornal “Correio da Manhã”, em 5 de julho de 1909. Há mais de um século.

“Essa reportagem mostra que a percepção social da violência urbana nas favelas vem de muito tempo, assim como o estigma imposto aos seus habitantes”, escreve ele. “Pelo menos desde a década de 1900, os moradores das favelas são comumente vistos como grandes promotores da criminalidade na cidade do Rio de Janeiro. Ainda mais antiga é a idéia de que as moradias populares em geral seriam prejudiciais à ordem pública.”

A edição do “Correio...” ainda afirmava que “a Favela (...) é a aldeia do mal”, além de ser a “aldeia da morte”. A partir daí, cria argumentos para tirar todo e qualquer direito dos moradores dessas áreas. “Enfim, e por isso, por lhe parecer que essa gente não tem deveres nem direitos em face da lei, a polícia não cogita de vigilância sobre ela”.

Nasce a Cidade de Deus

A antropóloga Alba Zaluar conta a história de uma das mais famosas favelas cariocas: a Cidade de Deus. Ela conta a história da remoção das aglomerações pobres na parte rica da cidade e lembra de como foi traumático o processo, “que os obrigou a deixar para trás empregos, vizinhos, amigos, associações vicinais e seus precários barracos de então”, lembrando que, nessa época, “a Cidade de Deus não tinha iluminação pública nem rede de transporte eficiente”. O resultado não é difícil de se prever.

“Em 1980, os jovens da Cidade de Deus já falavam em fuzis e ‘três-oitões’ com orgulho inconsequente”, escreve ela. “Quanto mais mortífera e cara a arma, mais admiração passava a despertar nos colegas e vizinhos por causa do poder que se associava a ela. Mais do que consideração ou reconhecimento, era e é uma questão de poder: e para garanti-lo, era e é preciso usar a arma. Eliminar membros de quadrilhas ou comandos inimigos com esses instrumentos da morte aumenta esse poder, que se baseia no medo e no respeito pelo matador. Estava criado um estilo de masculinidade violento e cruel, que matará milhares de jovens nas décadas seguintes.”

As imagens desta quinta-feira comprovam isso.”

Fonte: www.revistadehistoria.com.br


Então fui em busca do filme “Quase dois irmãos”, recomendação para o fim de semana, muito bom, intrigante, emocionante, forte. Aqui vai a sinopse e um comentário da Diretora Lucia Murat.

Argumento, produção e direção LÚCIA MURAT

Produção TAIGA FILMES

Diretor de fotografia JACOB SOLITRENICK

SINOPSE

Nos anos 70, quando o país vivia sob a ditadura militar, muitos presos políticos foram levados para a Penitenciária da Ilha Grande, na costa do Rio de Janeiro. Da mesma forma como os políticos, assaltantes de bancos também estavam submetidos à Lei de Segurança Nacional. Ambos cumpriam pena na mesma galeria. O encontro entre esses dois mundos é parte importante da história da violência que o País enfrenta hoje. "Quase Dois Irmãos" mostra como essa relação se desenvolveu e o conflito estabelecido entre eles. Entre o conflito e o aprendizado, nasceu o Comando Vermelho, que mais tarde passou a dominar o tráfico de drogas.

Através de dois personagens, Miguel, um jovem intelectual de classe média, preso político na Ilha Grande, e hoje deputado federal, e Jorge, filho de um sambista que de pequenos assaltos se transformou num dos líderes do Comando Vermelho, o filme tem como pano de fundo a história política do Brasil nos últimos 50 anos, contada também através da música popular, o ponto de ligação entre esses dois mundos. Hoje, começa um novo ciclo: Miguel tem uma filha adolescente, que fascinada pelas favelas e pela transgressão, se envolve com um jovem traficante.


LÚCIA MURAT

Desenvolver o projeto "Quase Dois Irmãos" é um pouco entrar no túnel do tempo. Reviver uma infância em um Rio de Janeiro privilegiado no seu esplendor preto e branco; reviver os anos de chumbo onde muitos mitos, não só o do bom bandido, marginal-herói, se defrontou com a dura realidade da cadeia; reviver o nosso dia-a-dia de uma cidade-exemplo da violência mundial.

Poder desenvolver este projeto, pensado de maneira fragmentária no decorrer de algumas décadas, é ir também contra a corrente de quem quer tratar a violência como fetiche. Se a violência é feia, a quem interessa o glamour dos personagens manchados em sangue?

O filme pretende mostrar as transformações ocorridas nos últimos 50 anos no Rio de Janeiro a partir de dois pontos de vista: da classe média e da marginalidade. Para isto, suas relações e conflitos vão ser dramatizados a partir de dois núcleos familiares.

Ao ritmo da industrialização dos anos 50, a classe média ascendente romantiza o malandro, jogador de capoeira e sambista. Neste momento, as relações são amistosas, marcadas por um certo carinho paternalista que se expressa em inúmeras produções culturais. O intelectual "descobre" os talentos do morro. E o morro não ameaça, nem reclama seus direitos.

A ditadura vai encontrar estes dois arquétipos na cadeia. As relações amistosas não conseguem sobreviver ao enfrentamento diário. Mas, além da separação, a convivência trouxe um aprendizado de ambos os lados. A classe média neste momento entra em contato com as transgressões - drogas e homossexualidade - que vê na cadeia. O jovem marginal, por sua vez, se aproveita da organização dos militantes para criar sua própria organização.

Nos anos 90, mais uma vez, a realidade os aproxima. Não é mais uma relação paternalista nem um enfrentamento de igual para igual.. Como nos 50, a classe média volta a ter poder dentro da sociedade civil. Só que do outro lado encontra um novo poder estabelecido com a entrada das drogas na sociedade. Um poder que também não está desvinculado do seu mundo, pois o contraponto desta realidade é o uso indiscriminado das drogas na própria classe média.

A importância para mim de "Quase Dois Irmãos" é poder confrontar esses dois mundos, essas duas razões, esses dois olhares.