terça-feira, 17 de agosto de 2010

Devaneios da insônia

Como está a nossa ideologia?

Onde ela sempre esteve, no intimo de cada ser humano, no seu ser mais primitivo. Mesmo com suas variações através do tempo, difícil ver o homem desligado, desprendido de seus ideais. A discussão se faz pela falta atual de um ideal em nossa geração. Aquele ideal libertador dos tempos da ditadura, ou social das revoluções, tanto burguesa quanto socialista, de um extremo ao outro, mas sempre ligados de forma primitiva.
Talvez a “liberdade” a nós ofertada, faça-nos seguir rumos ainda desconhecidos onde o próprio conceito de ideal está entranhado. LIBERDADE, palavra doce aos ouvidos ávidos de quem sonha. Até onde o conceito de liberdade está plenamente presente em nossos ideais? Já aprendi que não posso realizar perguntas em um texto se não posso respondê-las, contudo essa questão se faz tão simples e ao mesmo tempo tão complexa.
De certa forma escrevo minha singela opinião como forma de expressão pura de uma ideologia em construção, onde a constante revisão de conceitos se apresenta para mim como a melhor forma de poder criar ou desfazer meus ideais.
Parto do conceito do CCCP1 (Conformismo, Consumismo, Comodismo e Prazer), a ordem dos fatores não altera o produto. Assim como Marx defendeu que a batalha da humanidade sempre esteve ligado as lutas de classe, onde somente nas comunidades primitivas poderia se dizer que ouve um socialismo puro e real, o conformismo como ideologia coloca o homem a mercê das ideologias seguintes, em sua aceitação retrata o homem, ao longo dos tempos, como objeto substituível e temente, em que o poder ou o ter sobressaem-se ao ser. Quando a indignação se mostra como máxima forma de expressar um descontentamento conformado pela sociedade.
Ao deixar o ser de lado, o ideal consumista assume formas inimagináveis. Há quem diga que consumismo não pode ser tachado como ideal, mas sim como uma condição humana, reflexo da sociedade, ou das necessidades sociais. Vejo como ideal partindo das experiências, onde repetindo o ter ou o poder ter se fazem como objetivos a serem alcançados para realização, ou quem sabe um prazer momentâneo, que se traduz na felicidade passageira do ser humano e a necessidade quase que viciosa do homem de adquirir facilidades. Não deve ser negada que a comodidade gerada pela onda consumista agrega em nossas vidas ausência de dificuldades e confortos nunca antes experimentados, com evoluções por minuto, com simplificações para coisas simples, ou “soluções para problemas inexistentes”.
Ligo o comodismo com os prazeres, diferenciando de conformismo, unido mais ao lado social. Na comodidade o homem encontra tempo para pensar, para refletir, porém ao agir, sendo fruto de sua reflexão uma situação desconfortável, a distorção do próprio pensamento se apresenta como forte repressor e como da natureza humana seu instinto de sobrevivência fala mais alto em suas diversas formas de aplicação.
Ao passar dos anos a sociedade nos deu a liberdade de seguirmos qualquer ideal, sendo é claro, qualquer um que gere maiores rendimento$.




Hasta la Victoria Siempre!



1Qualquer semelhança de siglas é, com toda certeza, mera coincidência.


Renato Marchi Pinto - Acadêmico de História

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