quarta-feira, 22 de junho de 2011

ETAPAS ANTERIORES A REVOLUÇÃO DE 30

Desculpe a ausência de material dirigido ao blog neste mês de Junho, ele tem sido muito atribulado.

Abaixo colocarei de forma resumida alguns passos que antecederam a revolução da replública de 1930.

A Crise Oligárquica

A partir da Primeira Guerra, as dificuldades da política do café com leite aumentaram. No Congresso as bases de apoio da presidência, relativamente tranquilas nos primeiros governos oligárquicos, foram se esvaziando. As oposições no Congresso representavam descontentamentos cada vez maiores das oligarquias regionais que dificultavam a manutenção da política em prol da cafeicultura. A falta de dinheiro no governo federal rapidamente se mostrou uma questão do enfraquecimento da máquina pública. A política de valorização do café aplicada pelo governo nas primeiras décadas do século XX retirava os recursos da sociedade, aumentando a inflação, o custo de vida e a dívida externa.
Se as elites, com
as óbvias exceções de um pequeno grupo de cafeicultores, estavam se rebelando politicamente por não suportar mais a crise, imagine as consequências disso para os setores populares e classe média urbana.
Da mesma forma que as dissidências oligárquicas aumentavam suas oposições ao poder público, outros movimentos da sociedade faziam o mesmo. O Movimento Operário surgia nas cidades que estavam se industrializando e o Cangaço expunha a falência social no interior do nordeste. O Tenentismo refletia a rebeldia política não só entre o baixo oficialato das Forças Armadas como também de setores médio-urbanos da sociedade brasileira. Na mesma linha de raciocínio, o Modernismo expressava uma
ruptura com os valores culturais defendidos pelas elites que se encontravam no poder.


A Coluna Prestes

Liderada por militares que faziam oposição à República Velha. Teve início em abril de 1925, ainda no governo do presidente Artur Bernardes. Após os movimentos tenentistas , outro incidente aconteceu em 1924, em São Paulo, onde Artur Bernardes colocou a capital em estado de Sítio até a sua saída do governo e os revoltosos foram para o interior do estado. Este grupo era liderado por Miguel Costa.

Este destacamento consegue escapar de São Paulo e encontra-se com a coluna de Luis Carlos Prestes em Fox do Iguaçu, de onde partiram de uma caminhada pelo Brasil.

Com aproximadamente mil e quinhentos homens a Coluna Prestes atravessou o Brasil, passou por onze estados e percorreu cerca de 25 mil quilômetros. A coluna despertava diversos tipos de sentimentos por onde passava. Com seus ideais de mudanças contra o regime de oligarquias do governo federal, levantavam manifestações de apoio da população, alguns engajamentos na causa, e o olhar atento dos coronéis das regiões.

Luís Carlos Prestes foi o idealizador da Coluna, mas não foi seu principal líder, tendo em Miguel Costa esta liderança. Porém Prestes tornou-se um ícone do movimento, chamado de “cavaleiro da esperança”.

As tropas federais nunca tiveram alguma vitória significativa contra a coluna. O movimento se utilizava de técnicas de guerrilha para combater.


Maiores detalhes AQUI


A Campanha Civilista

Nos tempos da República Oligárquica, o governo federal se transformara em um joguete político diretamente controlado pelas oligarquias de São Paulo e Minas Gerais. Contudo, mesmo tendo tamanha influência, os grupos participantes do chamado “café com leite” nem sempre estavam de acordo com relação aos nomes que deveriam compor a sucessão ao cargo presidencial. Em 1910, mineiros e paulistas entraram em desavença sobre o nome que deveria ocupar o posto máximo da República.

Em junho de 1909, a morte do presidente Afonso Pena e a ascensão do vice-presidente Nilo Peçanha deram outra dinâmica à disputa eleitoral da época. Como presidente, Nilo Peçanha manifestou seu claro apoio ao candidato militar Hermes da Fonseca. Apesar de não ter origem oligárquica, marechal Hermes já vinha articulando seu nome junto aos membros do Partido Republicano Mineiro. Contrários a essa ideia, os paulistas procuraram um nome para fazer oposição ao “temível” governo de um militar.
Nesse instante, os oligarcas paulistas sacaram o intelectual baiano Rui Barbosa enquanto uma alternativa à candidatura militar. A intenção primordial era atrair o apoio das oligarquias nordestinas e dos eleitores dos centros urbanos. Começava, dessa forma, a chamada “Campanha Civilista”. Do ponto de vista prático, os oligarcas de São Paulo procuravam oferecer um nome que fugisse à lembrança dos autoritarismos e problemas que marcaram os anos da República da Espada.


Semana da Arte Moderna

A Semana de Arte Moderna ocorreu no Teatro Municipal de São Paulo, em 1922, tendo como objetivo mostrar as novas tendências artísticas que já vigoravam na Europa. Esta nova forma de expressão não foi compreendida pela elite paulista, que era influenciada pelas formas estéticas europeias mais conservadoras. O idealizador deste evento artístico e cultural foi o pintor Di Cavalcanti.


Reação Republicana

Reação republicana é o nome pelo qual ficou conhecida a chapa de oposição apresentada, em 1921, por alguns estados – Rio Grande do Sul, Bahia, Pernambuco, Rio de Janeiro - contra o candidato à presidência da República apoiado por Minas Gerais e São Paulo. Em março de 1922, seria escolhido o novo presidente da República, que substituiria o paraibano Epitácio Pessoa, no cargo desde 1919.

Seguindo a política do “café com leite”, as oligarquias de Minas e São Paulo lançaram o nome do governador mineiro Arthur Bernardes à sucessão presidencial. Insatisfeitos, alguns estados de importância secundária no cenário político-econômico da época - ou que buscavam mais espaço frente à hegemonia mineira e paulista - indicaram o então senador fluminense Nilo Peçanha para a disputa contra a chapa situacionista. Estava formada, assim, a Reação republicana.

A plataforma da Reação Republicana defendia a regeneração dos princípios republicanos e a formação de partidos políticos nacionais. Ela criticava a forma como se desenvolvia o federalismo no Brasil, acusando-o de beneficiar apenas os grandes estados. Para enfrentar a ameaça permanente de derrota que rondava toda candidatura de oposição, a Reação Republicana desencadeou uma propaganda eleitoral, coisa pouco comum nas eleições da Primeira República. E, o que é importante, buscou apoio militar.

2 comentários:

  1. A título de contribuição.

    http://colunamiguelcostaprestes.blogspot.com/2010/06/coluna-miguel-costa-prestes.html

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  2. Muito obrigado Yuri!

    Excelente material! Coloquei um link direto após o meu pequeno resumo da coluna.

    Bem vindo ao blog!

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